Um grande à força

quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Nos últimos anos, o SC BRAGA tem tido uma ascensão quase ímpar no futebol português, que até internacionalmente tem dado frutos. Certo é, que esta progressão da equipa bracarense vem sustentada numa gestão, técnica e directiva, ao nível do próprio clube, e onde qualquer intenção de grandeza premeditada pode colocar tudo a perder.

Desde a chegada de ANTÓNIO SALVADOR, em 2003, que o SC BRAGA entrou numa nova fase desportiva. Liderando os destinos do clube de uma forma diferente do que o que vinha sendo hábito, Salvador apostou em JESUALDO FERREIRA para "seu" técnico, que transformou, taticamente, uma estratégia em filosofia e deu aos arsenalistas una nova cultura. Uma nova filosofia e cultura, que aliás, posteriormente foram seguidas por JORGE JESUS, DOMINGOS paciência e LEONARDO JARDIM, o que permitiu ao SC BRAGA os êxitos desportivos e financeiros que conseguiu nos últimos anos.

Rapidamente, os bracarenses transformaram-se no "4º grande" e nos últimos anos ameaçam mesmo o estatuto do SPORTING CP como 3ª maior força no futebol nacional. Conquistou um segundo lugar em 2010 e, atualmente, tem ombreado nas provas internas com FC PORTO e SL BENFICA, tentando quebrar a sua hegemonia. Internacionalmente, o clube minhoto não falha uma competição desde 2004, vencendo a TAÇA INTERTOTO em 2008, participando por duas vezes na LIGA DOS CAMPEÕES e chegando mesmo à final da LIGA EUROPA em 2010.

Em CLUJ, tudo faltou no adeus à Europa
No entanto, a principal base do crescimento dos Guerreiros do Minho é a forma como está estruturado, preparando-se época após época (com as vendas e compras certas) para ser a surpresa e o outsider que tem sido e, sempre, assumindo a sua falta de argumentos para muito mais. Pois, para quem pensa que o Braga pode ser mais que aquilo que é, é pura ilusão.

Em 2012, ANTÓNIO SALVADOR decidiu mudar o chip e, colocar o clube a lutar pelo título tentando de forma clara (e premeditada) assemelhar-se desportivamente a águias e dragões. Apostando em JOSÉ PESEIRO, para técnico da equipa principal, o BRAGA rompeu com o passado recente, transformando uma equipa pragmática, (e repetindo, assumidamente sem argumentos), com a defesa recuada, o meio campo compacto e um ataque frio e cínico, numa equipa com ideias de grandeza, que joga de peito feito, privilegiando a posse de bola e o domínio do jogo. 

No primeiro de dois jogos com o FCP, o título ficou mais longe
Com o risco corrido, o clube bracarense já começou a pagar a fatura de olhar nos olhos quem tem (verdadeiramente) legítimas aspirações. Na presente época e já eliminado das competições internacionais, à 10 jornada da LIGA ZON SAGRES o BRAGA segue a 9 pontos dos líderes e vê, quase, o sonho do título esfumado no objetivo de chegar a um lugar europeu. Mais, se na próxima sexta-feira o FC PORTO voltar a vencer no AXA, agora para a TAÇA DE PORTUGAL, os Guerreiros do Minho deixam cair, em apenas 10 dias, as três provas em que apostou forte. Ser grande destina-se a quem tem argumentos e, por isso, nem à força o BRAGA será grande.

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