O pragmatismo no relvado e o futebol de ataque nas bancadas

Ainda durante esta semana e após o desaire para a LIGA ZON SAGRES com o FC PORTO, muito se falou e se escreveu sobre a falta de pragmatismo de jorge JESUS, em detrimento do futebol de ataque quando o SL BENFICA vencia por 2-1. O facto é que foi depois de um contra-ataque encarnado que nasceu o segundo golo dos DRAGÕES por intermédio de JAMES rodríguez, imergindo então no jogo o campeão nacional.

E a verdade também é que na presente época, este SL BENFICA sempre que defrontou equipas com o mesmo nível sempre sentiu dificuldades. Assim o foi para a LIGA com SC BRAGA (empate) e FC PORTO (derrota e empate) vencendo apenas, por 1-0 em casa, um SPORTING a anos luz dos dois restantes, e assim o foi para a LIGA DOS CAMPEÕES, ora com MANCHESTER UNITED (dois empates), com BASILEIA (vitória e empate) e precisamente na Rússia contra o ZENIT (derrota). E dos 9 jogos mencionados, é não esquecer que este SL BENFICA esteve 6 vezes em vantagem, deixando-se empatar ou permitindo reviravoltas e apenas com os leões e em Basileia não sofreu golos.

As águias tinham então nesta 2ª mão dos Oitavos de Final da Champions, um teste de fogo, mas também uma oportunidade para afastar o trauma dos últimos 4 jogos, voltar a empolgar um estádio cheio e para o seu treinador mostrar que pode ser inteligente e racional em vez de emotivo e na procura de um futebol espetáculo. E já na antevisão jorge JESUS admitia mesmo sofrer golos deste FC ZENIT, tendo então a noção que estava nos oitavos da liga milionária e não num simples jogo da TAÇA DE LIGA. Uma vitória que daria ainda aos cofres da LUZ um encaixe financeiro de 3,3 milhões de euros.

E se contra si o SL BENFICA tinha o facto de iniciar a partida em desvantagem, a seu favor ia ter o inferno da luz, ou o vulcão encarnado como queiram chamar. É certo que a maior parte dos adeptos tinha adquirido bilhete antes do clássico, mas depois dos 63 mil contra o UNITED e contra o rival da segunda circular, e dos 60 mil na passada sexta feira, os adeptos voltavam a transportar a equipa às costas e dando-lhe uma vantagem que poucas equipas na Europa têm. Até porque depois de 4 jogos sem vencer, apresentar esta moldura é obra.

E respondendo a isso, durante o jogo jorge JESUS foi mantendo o tal pragmatismo. Marcando perto do intervalo, como tinha acontecido com o FC PORTO, o SL BENFICA entrava em vantagem no segundo tempo passando a gerir mais o jogo e o próprio tempo, com mais cautelas que o habitual e a esperar pelos momentos certos para atacar. Até nas substituições JESUS perdeu o habitual arrojo trocando primeiro NOLITO por RODRIGO, depois nicolás GAITÁN por nemanja MATIC num sinal claro de querer controlar o meio campo e depois óscar CARDOZO pelo miudo NÉLSON OLIVEIRA, um ponta de lança por um avançado clássico privilegiando a velocidade, NÉLSON OLIVEIRA, precisamente o autor do 2-0 já no final de partida. Era então uma faceta não desconhecida mas por vezes oculta esta de jorge JESUS.

E se em campo o SL BENFICA ia sofrendo, sem no entanto que o FC ZENIT criasse perigo, e com o jogo algo controlado, nas bancadas da LUZ o inferno quebrava o gelo russo, mostrando a maior força do clube encarnado. Depois de uma derrota com o eterno rival, os adeptos mostraram-se mais que nunca ao lado da equipa, lançando assobios estridentes a cada decisão de HOWARD WEBB, assim como a cada ação do português BRUNO ALVES e quase deitando ‘abaixo’ o estádio, tanto no golo de MAXI pereira, como no golo de NÉLSON OLIVEIRA. É caso para dizer, que mais uma vez, é a massa adepta do SL BENFICA carrega a equipa às costas atirando-a para outro patamar do futebol europeu.

O SL BENFICA passa assim aos quartos da LIGA DOS CAMPEÕES e a verdade é que, seja quem for o adversário, mais que o pragmatismo de jorge JESUS, a maior dificuldade será mesmo o futebol de ataque das bancadas da LUZ.

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