Crónicas de um clássico (I)

domingo, 4 de março de 2012


Num clássico marcado “à nascença” pelos jogos das seleções, com o possível cansaço de alguns dos protagonistas também devido às viagens, e com as dúvidas em torno da utilização de RODRIGO e de JAVI GARCIA, por parte do SL BENFICA, e de cristian SAPUNARU e JAMES rodríguez, no FC PORTO, acabou por ser na arbitragem que mais se ouviu falar. Num jogo também que para muitos seria o jogo do título, e em que o SL BENFICA tinha claramente que assumir a responsabilidade, o estádio da LUZ foi, mais uma vez, o salão de festas “azul de branco”.
A verdade é que depois desses tais três jogos oficiais sem vencer, e com a desconfiança da massa adepta, o SL BENFICA tinha mais a perder neste clássico. E se é certo que a equipa de jorge JESUS queria recuperar essa tal liderança da liga jogando em casa, perante o seu público e com o cenário criado para voltar a estar ‘em alta’, também é certo que do outro lado havia um FC PORTO muito mais motivado por esses tais cinco pontos recuperados em duas jornadas, com os olhos postos apenas e só no campeonato nacional, e num jogo que já vinha aliás, sendo preparado há algumas semanas a esta parte. E a verdade também é que caso os ‘dragões’ vencessem, não só se isolariam na frente, como atiravam o SL BENFICA para o jogo de ‘toda uma época’ na próxima terça-feira frente ao ZENIT.

E era por isso expectável que as ‘águias’ entrassem fortes no clássico, a tentar controlar o adversário com a tal pressão alta que é habitual e em que os ‘dragões’ praticassem um jogo talvez como o de ALVALADE, com a equipa algo recuada, privilegiando os passes longos para HULK ou DJALMA nas alas, ou mesmo para o ponta de lança, marc JANKO, para depois sim fazer chegar a bola às laterais.

O que é certo é que e ao contrário do que se perspetivava, VÍTOR PEREIRA tentou surpreender jorge JESUS e simplesmente o conseguiu. Com uma equipa muito subida, com o argentino LUCHO gonzalez ‘encostado’ a JANKO na frente e com os médios encarnados completamente manietados, ora JAVI GARCIA (que simplesmente não conseguia fazer a transição defesa-ataque) ora pablo AIMAR (que não conseguiu transportar jogo ou sequer ter bola devido a constante marcação de FERNANDO) o FC PORTO começou pressionante, ganhando as segundas bolas e jogando a toda a largura instalando-se no meio campo dos encarnados. E foi então que à passagem dos 7 minutos, não com naturalidade, mas sim correspondendo à boa entrada no jogo o FC PORTO chegou ao golo. Já depois de ter caído na área, num lance com ezequiel GARAY, o “incrível” aproveitou uma das tais jogadas em que os dois corredores funcionaram e num grande momento individual puxando, como gosta, a bola ‘para dentro’ e perante a passividade da defesa encarnada, disferiu um grande remate, inaugurando o marcador.

E com o FC PORTO em vantagem, o BENFICA continuava a não conseguir sair com a bola controlada. Se pelo meio, não havia pablo AIMAR, também por isso não havia óscar CARDOZO, pelas linhas, na esquerda havia um NOLITO sem o apoio de EMERSON (preso por HULK), ficando assim condenado ao insucesso e tentando contra o mundo criar situações de perigo, e pela direita era GAITÁN quem tentava movimentos interiores, mas aí faltava também a profundidade dada por MAXI PEREIRA (preso por DJALMA). O FC PORTO estava então como peixe na água privilegiando a tal posse de bola como tanto gosta.
Mas, se por um lado VÍTOR PEREIRA tem montado, e bem, a equipa para os últimos jogos da liga nomeadamente com uma forte entrada nos mesmos jogos, por outro, não é menos verdade que fica completamente à deriva quando o técnico adversário mexe na equipa. Assim, o foi com o V. GUIMARÃES e com a U. LEIRIA, no DRAGÃO, assim o foi em Setúbal, com o VITÓRIA, e assim o foi principalmente na receção ao MANCHESTER CITY, no tal jogo da LIGA EUROPA.
E precisamente o que fez roberto MANCINI no DRAGÃO, juntando david SILVA a mario BALOTELLI entre linhas, subindo yaya TOURÉ e tendo o apoio nas alas de samir NASRI e gareth BERRY, fez jorge JESUS no clássico. Ou seja, não conseguindo ganhar metros com bola no pé, JESUS juntou pablo AIMAR a óscar CARDOZO entre a linha defensiva e a linha média do FC PORTO, fazendo subir axel WITSEL, e através de um jogo mais direto para o argentino e para o paraguaio, que perante a passividade de ROLANDO e OTAMENDI recebiam sempre à vontade, foi ganhando os tais metros, fazendo então subir a equipa e tendo depois o tal apoio do belga vindo de trás e de NOLITO e GAITÁN nas alas, começando então a chegar com perigo à baliza do FC PORTO.

E beneficiando também do eclipse de HULK no ataque portista, o SL BENFICA entrou então no jogo, tendo por duas vezes a possibilidade para marcar, primeiro no tal desvio que CARDOZO tentou fazer na cara de HELTON e depois nesse cabeceamento de AIMAR que apareceu entre os centrais e conquistando também dois livres ao jeito do paraguaio, no entanto sem resultados práticos. E já depois do FC PORTO ter respondido por JANKO que, isolado, foi displicente, permitindo a defesa a ARTUR moraes e do tal livre de joão MOUTINHO que tirou tinta à trave, o BENFICA chegou ao golo. Num lance confuso é certo, mas também num bom movimento de CARDOZO marcado na área por JANKO (!) e batendo HELTON que mais estava preocupado em levantar a mão reclamando alguma irregularidade.

E com justiça o jogo ia assim para intervalo empatado e com uma segunda parte que prometia.   

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