FC Porto derrotado em Manchester. (análise)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012



Foi em pleno local de trabalho e através da Rádio Renascença, que ouvi a derrota e consequente eliminação do FC PORTO na Liga Europa, logo nos dezasseis-avos de final da competição, frente ao MANCHESTER CITY.

Um jogo que começou praticamente com o golo madrugador de kun AGÜERO, que nada mudou (ou nada deveria ter mudado), já que o FC PORTO necessitava na mesma de marcar os tais dois golos no ETTIHAD, agora não para vencer, mas sim, para igualar a eliminatória.

No entanto, e desde logo, foram postas a nu as diferenças entre as duas equipas e como já vem sido habitual no futebol de hoje em dia, mais uma vez, os pormenores decidiram.

Se o argentino do CITY, na primeira oportunidade logo aos 18 segundos, aproveitou uma oferta do defesa portista e compatriota nicolás OTAMENDI para marcar, já silvestre VARELA, na primeira grande oportunidade, não respeitou o talento de outro argentino, na circunstância LUCHO gonzález, e na cara de joe HART, não teve 'arte' nem engenho para fazer o empate. E para se fazer história e vencer em Inglaterra, onde aliás, em 15 jogos o FC PORTO nunca tinha vencido, tinha acima de tudo que ser uma equipa eficaz e aproveitar ao máximo as poucas oportunidades de que poderia dispor durante o jogo. O que é certo, é que no momento da verdade e por VARELA, o FC PORTO não o foi, precisamente ao contrário do que tinha feito o CITY. Um golo, no caso o 1-1, quem sabe relançaria a partida e colocaria em alerta a equipa de Manchester e apesar do golo acabar por ter aparecido (anulado, no entanto, por fora de jogo tirado, e bem, a HULK), para mim, sinceramente, a discussão da eliminatória terminou nessa oportunidade desperdiçada, até porque o FC PORTO, pelo menos como aquela, não teria muitas mais.

A equipa portista foi tendo posse é verdade, fruto da iniciativa de jogo dada pelo CITY, conquistou alguns remates (13), apesar de em grande parte terem sido inconsequentes e de fora da área, foi conseguindo tirar alguns cruzamentos, mas era também aí que estava o problema, é que quase e sempre os cruzamentos eram para homens do CITY, já que na área não havia simplesmente, nenhum ponta de lança, ou se quiserem alguém habituado àquele habitat, como é por exemplo marc JANKO (neste caso, não podia jogar), ou o próprio KLÉBER, que nem sequer chegou a sair do banco de suplentes e, apesar de toda a equipa do FC PORTO tremer sempre que os 'citizens' imprimiam alguma velocidade, o dragão teve de facto orgulho e de certo modo mostrou que talvez pudesse ter conseguido algo mais nesta eliminatória.       

Mas, o que é certo também, é que o jogo e principalmente a eliminatória continuaram controlados por um estilo muito 'italiano' desta formação de roberto MANCINI, numa equipa onde, imagine-se, até samir NASRI e david SILVA defendiam bem perto da sua área, tentando depois lançar os venenosos contra-ataques.

E já na segunda parte veio então e com alguma naturalidade o segundo golo do MANCHESTER CITY, apontado pelo bósnio edin DZEKO, e também a confirmação do que já se sabia: era o fim da aventura europeia do FC PORTO. Um fim, para muitos, anunciado. O 3º e 4º golos, por david SILVA e david PIZARRO, respetivamente, acabaram por acontecer já fora do contexto, numa fase do jogo em que o FC PORTO jogava em inferioridade, por expulsão de ROLANDO, e em que definitivamente só os 'sky blues' tinham a ganhar. Aliás, os jogadores portistas só esperavam mesmo é que o alemão WOLFGANG STARK apitasse pela última vez, porque realmente mais nada havia a fazer.

Perante isto o 4-0 parece realmente um resultado pesado, "enganador" como adjetivou joão MOUTINHO ou mesmo "mentiroso" como descreveu VÍTOR PEREIRA, ainda assim o futebol de "grande qualidade" como também apelidou o técnico português, não foi suficiente, não só para discutir o resultado, como também, ficou longe de discutir a eliminatória.

Há certamente coisas boas a reter e depreende-se isso, no fundo, pela receção com aplausos de cerca de duas dezenas de adeptos, na chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas é não esquecer que a eliminatória ficou em cheque logo no tal jogo da primeira mão, em pleno estádio do DRAGÃO, e onde depois de uma boa primeira parte e de ter ido para o intervalo a vencer, os azuis e brancos saíram vergados a uma derrota por 2-1, que podia, e aliás como se veio a confirmar, acabou mesmo por ter um peso enorme no desfecho final.

Depois de toda a Europa se ter rendido e elogiado este FC Porto, na Supertaça Europeia, quando discutiu de igual para igual o jogo frente a essa poderosa equipa que é o FC BARCELONA, após a não convincente eliminação da 'Champions' em casa frente ao ZENITH depois de ter feito o mais difícil vencendo em Donetsk o SHAKHTAR, não digo que a equipa de VÍTOR PEREIRA tivesse obrigação de fazer mais contra estes 'milhões árabes', mas é certo que o total de 6-1 das duas mãos acaba por ser muito pesado e até exagerado diga-se, pelo menos atendendo ao equilíbrio que se previa entre as duas equipas, aquando do sorteio.

E só para terminar, a simples curiosidade, sobre o facto de, desde a época de 2000-2001, então com FERNANDO SANTOS, que o FC PORTO não era eliminado da 2ª mais importante prova europeia de clubes (Liga Europa e Taça Uefa), no entanto e 11 anos depois, a história volta a repetir-se e de novo em terras de sua majestade.

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