Um Jesus clássico

sexta-feira, 13 de abril de 2012

 
Depois de mais uma importante derrota e com a conquista do título mais longe, JORGE JESUS insiste em bater na mesma tecla. Mais uma vez, o foco vai para a responsabilidade (ou irresponsabilidade) do árbitro no resultado encarnado, em detrimento daquilo que de mal foi, e tem sido feito, pelo SL BENFICA.


Rebobinando a cassete até meio da semana passada, o SL BENFICA jogou para a LIGA DOS CAMPEÕES em pleno STAMFORD BRIDGE, num jogo em que entrava em desvantagem e mesmo sem defesas centrais disponíveis e com um rol de adaptações estava obrigado a marcar para ter ainda aspirações em ultrapassar o ‘poderoso’ CHELSEA FC. E para além de todos esses contratempos, para piorar a situação, os encarnados foram durante a partida condicionados pela atuação de damir SKOMINA, o árbitro esloveno que, apesar de ter estado bem nos dois lances capitais (penálti de JAVI GARCIA e segundo amarelo a MAXI pereira), mostrou desde o início uma enorme dualidade de critérios.  

Mas mesmo assim, como foi reforçado, após o final do encontro, o SL BENFICA teve alma, coração, atitude e ambição. Os encarnados entraram fortes na partida, com posse de bola e várias oportunidades, e nem mesmo o golo de frank LAMPARD e o facto de ficarem reduzidos a 10 homens, fizeram com que as águias se desmoronassem, obrigando mesmo petr CECH a excelentes intervenções, colocando em sentido a equipa londrina e marcando o tal golo, pelo ‘central’, JAVI GARCÍA, que relançou uma partida sentenciada apenas nos descontos com o bom golo do português raul MEIRELES.

E no convincente desempenho encarnado, EMERSON e, principalmente, JAVI GARCÍA tinham cumprido no eixo da defesa, tendo o espanhol entrado no ‘onze tipo’ da UEFA. Joan CAPDEVILA apresentara-se a um bom nível, tal como axel WITSEL, nemanja MATIC tinha enchido o meio campo fazendo, provavelmente, a melhor exibição de águia ao peito e, na frente, BRUNO CÉSAR, nico GAITÁN e depois yannick DJALÓ (surpreendentemente), foram os rostos do inconformismo encarnado. Por isso, e apesar da derrota e consequente eliminação, a boa exibição permitiu então que JESUS falasse do desempenho do árbitro no desenrolar do encontro, opinião sustentada na imprensa lusitana e que fez mesmo eco na opinião geral dos portugueses.

Mudando o cenário, e já no que diz respeito ao jogo com os leões, apesar de algumas condicionantes terem sido idênticas a história foi outra. Ou melhor, o BENFICA escreveu uma história diferente. O FC PORTO tinha vencido em Braga e por isso o SL BENFICA entrava, mais uma vez, num jogo decisivo e a precisar ‘obrigatoriamente’ de marcar (e vencer), para não deixar fugir os Dragões na liderança da LIGA. E tal como tinha acontecido em Londres, as águias tiveram também razões de queixa do juiz do encontro, que não viu logo no primeiro minuto uma falta de anderson POLGA sobre nico GAITÁN. O problema é que o facto de o SL BENFICA ter tido a possibilidade de marcar, não é pior que começar o jogo a perder e ficar reduzido a 10, e com o jogo empatado a zero, e depois do que se viu contra o CHELSEA FC, desta vez, JESUS não deu a ninguém a razão para se discutir da arbitragem.

A partir do 2º minuto de jogo em ALVALADE, o BENFICA que se viu foi uma equipa sem a tal alma, coração, garra, atitude e ambição que se tinha visto há uma semana. E a culpa disso não pertence, nem de longe nem de perto, a artur SOARES DIAS. Na defesa, JESUS devolveu o lado esquerdo a um EMERSON (mais uma vez) inconsequente e do eixo tirou ainda JAVI GARCÍA, colocando ezequiel GARAY ao lado de LUISÃO. E se um regressava um mês e meio depois, após lesão, o outro acusou claramente a falta de ritmo, que num clássico foi fatal. No meio campo, um JAVI completamente perdido ocupou o lugar do melhor jogador em Londres, MATIC, e WITSEL andou completamente à deriva, lutando contra stijn SCHAARS e ELIAS, sentindo a falta e o apoio de pablo AIMAR, mas aí, um clube como o BENFICA não pode, nunca, estar dependente de um jogador de 32 anos como é ‘el mago’. E finalmente, na frente, primeiro, tanto GAITÁN como BRUNO CÉSAR insistem em fazer no campeonato exibições longe (muito longe) daquilo que é por exemplo visto na LIGA DOS CAMPEÕES, e depois, o jovem RODRIGO foi o mesmo dos últimos jogos, atuando de costas para a baliza e falhando no apoio tanto a WITSEL, como a óscar CARDOZO, que provou mais uma vez que não faz milagres.

E se para mim, JORGE JESUS e a sua equipa falharam nestes pontos, até nas alterações o técnico não acertou. O sérvio do meio campo, MATIC, fez falta, mas não entrou. Enquanto isso, e apesar de pelo menos NOLITO ter acrescentado alguma vontade e irreverência, mas sem resultados, NÉLSON OLIVEIRA e yannick DJALÓ foram lançados às feras e voltaram simplesmente a ser mais do mesmo em relação à equipa e mais do mesmo em relação ao seu real valor.

Assim sendo, o BENFICA têm que se queixar sim da boa exibição da equipa de SÁ PINTO, que também merece destaque, mas principalmente de si própria. E desta vez a desculpa do costume não cola, nem para dirigentes, nem para os mais inteligentes adeptos. E para finalizar, em mês e meio, o SL BENFICA teve nada mais nada menos que 7 jogos decisivos. ZENITH, CHELSEA duas vezes, FC PORTO duas vezes, SC BRAGA e SPORTING CP. Se fisicamente é deveras desgastante, psicologicamente é quase impossível manter o nível de motivação. E em ALVALADE isso ficou mais do que provado. Meus amigos... é o “preço do êxito”. Uma constatação tão ‘CLÁSSICA’ como começam a ser as desculpas de JESUS... e as graças à existência da TAÇA DA LIGA.   

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