Resultados crónicos de um clássico

sábado, 19 de janeiro de 2013

DEFOUR foi o trunfo de VP, e GAITAN igualou as contas
Para muitos, o jogo da LUZ não passaria de mais um na história do campeonato e das próprias equipas. Mesmo assim, e se qualquer clássico suscita as muitas questões e dúvidas de sempre, este teve a particularidade de, no fim, apresentar as mesmas respostas e esclarecimentos de sempre.

De uma coisa, ninguém duvidava. Após o clássico e qualquer que fosse o resultado, SL BENFICA e FC PORTO continuariam a ser, de longe, as duas melhores equipas portuguesas e aquelas que, lado a lado, vão discutir até ao fim o título de campeão nacional. No entanto, será que com um jogo ainda por realizar e perto da viragem do campeonato, os dragões ficariam a seis pontos do SL BENFICA? Ou iria VÍTOR PEREIRA, o ainda não reconhecido dos treinadores, confirmar a sua tese de risco, ao dizer que no fim o FC PORTO ganha sempre? E que SL BENFICA teríamos? O rolo compressor de Barcelona ou o do resto da Champions? E o FC PORTO sem JAMES rodríguez e MAICON? Seria, ainda, JOÃO FERREIRA o árbitro indicado para um "BENFICA x PORTO"? Hmmm...

Do lado encarnado, e para uma equipa que não dá a mínima hipótese às PME (pequenas e médias equipas), apresentando um futebol ofensivo e asfixiante, e que de facto empolga e entusiasma quem a acompanha, tinha pela frente um teste, mais um, à sua competência frente a equipas que a olham nos olhos. E se é verdade que na confiança inabalável de todos os benfiquistas está presente o trauma dos grandes momentos, no subconsciente de jorge JESUS existe ainda o grande problema chamado FC PORTO, contra quem, cronicamente, os tiros nos pés do próprio técnico são mais que muitos. Mas desta vez, não foi por falta de aviso.

ARTUR moraes fez recordar ROBERTO e, juntamente com rodrigo LIMA e ENZO pérez, sentiu o peso do clássico. Enquanto isso, óscar CARDOZO e MAXI pereira nunca encontraram a serenidade que JARDEL, na defesa, e nemanja MATIC, no meio campo, iam oferecendo. E se a estratégia de JESUS não ia funcionando, através, também, de erros individuais (lorenzo MELGAREJO e ARTUR, nos golos) numa equipa cheia de recursos, CARLOS MARTINS foi um tiro no escuro, só disfarçado com a entrada de pablo AIMAR e com a excelente exibição do já referenciado MATIC.

MATIC, e o meio campo do FC PORTO, em grande no clássico
Já no que diz respeito aos azuis e brancos, o futebol que VÍTOR PEREIRA implementou é bem mais pragmático. Confunde-se o futebol de posse com o de transições, é menos vistoso e espetacular do que o do rival, mas igualmente eficaz. Com a diferença, porém, de que os dragões reservam para os grandes momentos os picos exibicionais (e o estádio da LUZ que o diga!). No dragão, quanto maior for a importância do jogo e a urgência do resultado, maior é a competência e o rigor, e é precisamente nesses momentos que VÍTOR PEREIRA deixa a sua marca.

Eliaquim MANGALA e steven DEFOUR marcaram presença num palco exigente. O melhor elogio para ambos é constatarmos que afinal, MAICON e JAMES rodríguez não são insubstituíveis. As exibições do francês e do belga permitiu ainda que FERNANDO, joão MOUTINHO e LUCHO gonzález pegassem no jogo e o transportassem para outro patamar, um patamar ao nível de um JACKSON martínez, que voltou a confirmar o enorme potencial que tem. Mais uma vez, o mérito dos campeões nacionais enervaram, não só, os quase 60 mil que se deslocaram à catedral para apoiar o SL BENFICA, como os seus jogadores e o próprio treinador. Algo que nos últimos anos também vai sendo recorrente.

No fim de contas, o certo é que nada muda no topo da LIGA ZON SAGRES, como nada muda nas respostas às questões que o clássico levantou. Por um lado, ficou confirmado o que se perspetivava sobre JOÃO FERREIRA, ou seja, não tem categoria e fez apenas aquilo que sabe e que é muito pouco. Ficou a perder um grande jogo, por um árbitro que precisamente não tinha nada a perder e aí a responsabilidade ou, melhor, a irresponsabilidade é de VÍTOR PEREIRA, o da arbitragem, porque de facto ao juiz de Setúbal não se podia pedir muito mais. Depois, e mais uma vez, é o FC PORTO e o seu treinador quem saem mais contentes e moralizados do estádio da LUZ e aí também tudo como dantes. Enquanto VÍTOR PEREIRA decidiu aparecer e bem, deixando a sua marca em mais um clássico, JESUS não foi mais que aquilo que é nos grandes momentos, o que também já é habitual.

E, para terminar, se é verdade que JESUS até se pode lamentar do falhanço de CARDOZO na cara de HELTON, não é menos verdade que, a confirmar-se o golo, que para a LIGA até existiu, em 7 jogos para o campeonato contra o FC PORTO seria apenas a sua segunda vitória, assim como seria a primeira derrota para VÍTOR PEREIRA em 9 desafios também para o campeonato contra SC BRAGA, SPORTING CP e SL BENFICA. Dúvidas e questões para quê, quando tudo, bem espremido, continua cronicamente na mesma?

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